Do quase sacrifício para uma vida cheia de amor: a história de Bento - Shih tzu: Tudo o que você sempre quis saber sobre essa raça Pular para o conteúdo principal

Do quase sacrifício para uma vida cheia de amor: a história de Bento

Cego de nascença, o cachorro shih-tzu foi rejeitado por sua primeira tutora e pelo canil que o vendeu, mas acolhido depois por uma família amorosa

A história de Bento, um shih-tzu branco e caramelo de 7 meses, começou de forma trágica – mas logo se converteu em uma prova de amor sem limites e discriminação.

O uso dessas palavras ocorre porque, ao chegar em casa após ser adquirido filhote em um canil, o cachorro passou a bater muito nas paredes. Preocupada com o seu comportamento, a então tutora o levou ao veterinário para entender o que acontecia. Foi aí que descobriu que Bento era cego.

Diante do diagnóstico, ela então solicitou o valor pago pelo animal de volta ao canil, mas o dono do estabelecimento também não quis ficar com ele. Quase optaram pelo sacrifício do bicho, quando uma criança de 9 anos apareceu interessada em adoção.



Em meio à confusão sobre o que fazer com o shih tzu, um grande amigo da médica Rafaella Estrela convenceu o dono do canil que a melhor opção não seria sacrificar nem entregar a uma criança, pois acreditava que o animal poderia receber um cuidado especial de alguém já experiente com resgate de animais.

"Então, meu amigo pensou na minha família. A minha mãe é protetora de animais e ajuda o abrigo de uma amiga e, além disso, cuida de pets com problema na visão. Temos também uma gata cega. No fim, este meu amigo conseguiu convencer tanto o dono do canil quanto a antiga tutora (que recebeu seu dinheiro de volta) de que Bento estaria bem na minha casa", conta Rafaella.

Agora responsável por ele, a médica ainda tentou realizar um último exame em busca de um diagnóstico definitivo, porque, se possível, tentaria recuperar a visão de Bento. "Mas a ultrassonografia demonstrou um problema congênito sem solução", diz.

Na casa de Rafaella, são 10 cachorros além do shih-tzu. Ela conta que o ditado do cão é "quem não vê, não teme", já que, apesar de ter chegado filhote, Bento ganhou seu espaço entre os cães adultos sem medo – hoje, são eles que têm medo dele, segundo a tutora.

Brincalhão, o cachorro acorda cedo uivando por comida e só para quando a recebe. "Ele chega do pet shop e já quer ir para a terra brincar. Eu digo que Bento é o terror dos gatos, porque ele quer ficar brincando e os daqui não têm paciência para brincar com ele. Eles só querem ficar deitados", diz Rafaella.

Por falar em alimentação, o cachorro é bem guloso: além dos uivos incessantes, ele também costuma roubar a comida dos outros cães e roubar batata doce do armário para morder, coisa que adora fazer.

Quanto às mudanças na rotina, não houve muitas. Isso porque, como Rafaella disse, a sua família já era tutora de uma gata cega. Por isso, já tinha o costume de não mudar móveis do lugar.

"Tudo fica exatamente no mesmo canto, então Bento já sabe onde está cada objeto. Ele tem uma vida normal e faz tudo que um outro cachorro faria. Vai brincar na areia e fica todo sujo", conta.

A principal adaptação talvez tenha sido com Suri, a outra pet de Rafaella, que era bastante antissocial, dormia com a médica em seu quarto e era bastante territorialista.

"Ninguém consegue entrar no meu quarto. Eu tive que passar um tempo mostrando Bento para Suri através de um vidro, depois no braço, até finalmente sentar no chão com ele segurando Suri, fazendo carinho para ela entender que não era problema dividir espaço", diz.

Ficam aqui os sentimentos da redação do shih tzu brasil e a admiração por Rafaella, que, como escreveu a sua irmã uma vez, "procura dar amor àqueles que dificilmente teriam uma chance".

Redação revista casa e jardim

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